Uma vida normalíssima

Uma vida normalíssima

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Sítios onde não me importava nada - nadinha! - de morar.

Por ordem de preferência e tudo.

Nova Iorque


Nova Iorque - EUA
Manhattan - EUA
California - EUA
Londres - Inglaterra
Londres - Inglaterra
Londres - Inglaterra
Nantes - França


Pays de La Loire - Nantes - França
Estocolmo - Suécia





Quem me conhece sabe que tenho um fascínio enorme pelos EUA. Acho que se algum dia emigrar é para lá que me mando (embora seja TÃO difícil entrar, exigem um green card ou cidadania, enfim, burocracias). Adoro o estilo de vida que levam, a comida e as artes, a pop culture, a excentricidade... aiii tudo!!! Se não fosse para os EUA ou para a Inglaterra que também adoro, França seria a minha seguinte opção. Primeiro porque tenho montanhas de família espalhadas um pouco por todo o país e depois porque AMO a língua. É tão subtil e elegante. J'adore :)


Love,
Lua


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Éramos tão inocentes quando nos apaixonámos. Éramos tão cheios de vida, de vontade de descobrir, de amar incondicionalmente por um mês ou dois. Éramos tão mais desenrascados, despreocupados, dá dá não dá não dá, gosto de ti daqui até à lua. Éramos uns miúdos com sede de descoberta. O que era aquilo que nos prendia tão vigorosamente? O que aconteceu para que não quiséssemos viver um sem o outro? Lembro-me da pirosice das prendas, das flores colhidas na vizinha cusca, do relógio bater as 3h da manhã e tu a ir para casa. De bicicleta. À chuva. Lembro-me de que facilmente estávamos juntos, não havia trabalho que o impedisse. Lembro-me de sermos o casal do momento, da junção improvável, do espanto dos outros que nunca pensaram que eu te escolhesse e tu a mim (na verdade não houve nenhuma escolha, tu e eu só fomos gerados para pertencermos um ao outro e - bem mais tarde - viríamos a descobrir isso). Lembro-me vagamente da separação. Lembro-me dos choros e dos gritos e dos abraços à minha mãe e do "se nunca mais o tenho nunca mais me tenho a mim mesma". Lembro-me da universidade e de como tudo parecia estático quando te via. Lembro-me dos teus olhares e de sentir que, tal como eu, questionavas tudo o que se tinha passado, o porquê separados, por que não juntos?. Lembro-me do dia em que te vi com ela, lembro-me de não ter chorado, de ter aceitado de que a vida era assim mesmo e que you don't always get what you want. Lembro-me de que, a partir desse momento, nunca mais tentei abordar-te. Lembro-me tão bem de que nunca, nunca a agarraste à minha frente e de como te afastavas dela quando me vias. Lembro-me de sorrir, apesar de saber que à noite era com ela que estavas. Lembro-me de sentir-me a apaixonar por outra pessoa, lembro-me de como achei tão fácil gostar doutra pessoa. Lembro-me de não levar muito a sério, lembro-me de decorar os teus lábios e descortiná-los nos dele. Lembro-me dos telefonemas à AL a dizer que não, nunca na vida iria deixar de te amar. E não deixei. Mas também me lembro de dizer que ia seguir em frente de qualquer maneira. Lembro-me do dia em que soube que já não eras dela. Nunca foste. Lembro-me de sorrir e abraçar a pessoa que me contou. Eu tinha namorado. Lembrei-me disso depois. Lembro-me de voltares à cidade, de me veres com ele, do teu mundo ruir. Lembro-me muito bem de achar que ias passar por tudo o que tinha passado, só que a doer ainda mais, porque eu ia falar contigo cordialmente. Lembro-me de detestares que eu falasse contigo assim, lembro-me de o fazer para me encher o ego. Lembro-me de me aperceber de que o Karma existe mesmo e de ter a certeza que acaba sempre por cima quem passou demasiado tempo por baixo. Lembro-me do início das mensagens, de saber que inevitavelmente íamos sempre acabar juntos no fim. Lembro-me de imediatamente ter acabado o que tinha com ele, por saber que era a ti que pertencia. Lembro-me de arrastar o processo, dos cafés no hotel para ninguém nos ver e dos beijos no canto da boca. Lembro-me do 23 de Abril. O 23 sempre foi o meu número da sorte. Lembro-me do segundo 1º beijo, de como demoramos horas e de como choramos no fim. Lembro-me de dizeres que nada valeu a pena, de que as saudades quase te mataram e de que achavas que me tinhas perdido para sempre. Lembro-me de ser tudo tão rápido, de alugar casa, da pressa em sermos um do outro todas as horas do dia, de como tem sido tudo tão perfeito. E agora o que faço eu, entregue a ti de alma inteira? Que é feito do meu eu singular, que até vive sem ti, que até é independente? Perdi-me enquanto unidade, para ser uma só contigo. E todos os dias - sem uma única exceção - agradeço a quem existe do outro lado por te ter conduzido até mim no labirinto em que nos perdemos um do outro. E agora todos os teus dias são meus também. E agora este amor é tão eterno fisicamente, que a certeza de que não nos largaremos nos preenche os desassossegos. E a certeza de que sempre que nos perdermos, podemos reviver este diário uma e outra vez até nos lembrarmos de que eu e tu só nascemos para pertencer um ao outro.

Ever thine.
Ever mine.
Ever ours.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

10 factos sobre mim

Sempre quis responder a estes desafios quando os via noutros blogs, como é que nunca me lembrei de o fazer agora no meu? Ora então lá vão alguns factos sobre esta vossa humilde blogger favorita, que vocês (com toda a certeza) não sabem:

1. Namoro há 8 anos. Xinapá que é uma vidaaaa! Pois que não é assim tanto e chateamo-nos algumas vezes a sério, com direito a muuuito tempo afastados. Mas bem, é ele, foi sempre ele e, no que depender de mim, será sempre ele.

2. Sou professora de Português mas trabalho como secretária. C'um catano que agora é que me vão andar a ver os erros de lupa!

3. Sou completamente viciada na série Glee. Isso implica que sou uma Gleek? Sim, sim, sim. Com direito a ver os episódios 1001 vezes, idolatrar a protagonista e chorar sempre nas minhas músicas favoritas.

4. Prefiro o frio ao calor (bem, para quem leu o último post isto afinal já não é novidade nenhuma). Não suporto suar, ter calor, praias ou esplanadas cheias. Já chás, mantas, chocolates quentes, filmes, séries e livros são a minha cena.

5. Tenho muito poucos amigos. Mas mesmo muito poucos. Tipo 5. Detesto a maioria das pessoas, acho-as fúteis e falsas, não consigo confiar em ninguém e tenho uma séria dificuldade em manter uma vida social. Não porque não me convidam, mas porque não consigo fazer fretes. Detesto desperdiçar tempo com pessoas de quem não gosto (que assim de repente é quase toda a gente).

6. Sou filha de pais divorciados. Não é fabuloso? Não, não é. É uma coisa a que já me habituei, mas que me marcou e moldou enquanto pessoa. Tenho sempre a sensação que só quem viveu um divórcio conturbado dos pais é que é realmente maduro. E agora vocês pensam: "Mas esta tipa é cheia dela própria!". Não me considero nada convencida, aliás, tenho até uma auto-estima melindrada, mas a vida obrigou-me a crescer à pressa e de irmã passei a mãe, e de filha passei a marido durante uns largos anos.

7. Sou viciada em casamentos e wedding planning. Conto os dias para o que L. me peça em casamento e vou dando dicas de como quero o anel, o local, etc. No início do namoro (1º ano seguramente) eu já lhe falava disto e ele morria de medo, entretanto apercebeu-se de que era um sonho meu e que não significava que queria fazê-lo no imediato. Aliás, já vivemos juntos há algum tempo e nada de pedido. E nada de pressões da minha parte (vontade não falta, aquele macafeu não anda da perna... ca nervos!).

8. Tenho muito muito muito medo da morte. Não propriamente da minha, mas da dos meus. Do L., do meu irmão, da minha mãe, dos meus avós... Quando, inevitavelmente, esses pensamentos me vêm à mente eu imediatamente os bloqueio com outro tipo de pensamentos. Tenho medo do nunca mais poder ver, do nunca mais poder ouvir, abraçar ou cheirar.

9. Sou uma menina mimada num seio familiar de durões. A minha família não é de grandes gestos amorosos, não é de mimos, não é de beijos nem amo-tes,  aliás, a minha mãe é super independente e sempre me ensinou a ser uma mulher batalhadora num país que é feito para os homens. Na minha família as mulheres que ficam em casa, que não trabalham, que tomam conta dos filhos e se dedicam aos maridos são inúteis. É o que mais quero fazer, being a stay-at-home-mom. E, sim, contrasta com o facto de eu não me dar bem com muita gente, mas sou uma romântica incurável e encho de mimos aqueles que amo.

10. O meu irmão é a minha razão de viver. Não lho digo todos os dias, mas é a única pessoa por quem eu morreria se fosse preciso. Tenho muito, muito orgulho nele por ser o oposto de mim. É desprendido e corajoso, racional e ambicioso. Tudo o que não sou.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Chuva

Aqui na minha cidade chove imeeeeeeenso (a potes, vá!).
Soubera eu dizer-vos como eu amo isto!!! Gosto tanto de chuva. É daqueles amores inexplicáveis, daqueles amores em que se acorda bem-disposta só por termos estado juntas a noite toda. A vida podia ser só disto, eu e a chuva. E o meu amor, pronto. E as minhas amigas. E saúde também. Bem não interessa... a chuva é, sem dúvida, uma das coisas que mais me faz ser feliz por ter podido viver. E depois há aquelas pessoas - quase todas as que conheço - que me dizem:

- Tu és maluca, quem é que gosta de se molhar?!
- Bom bom é o verão e a praia e as bolas de berlim.
- Eu gosto é de ficar moreno(a).

Vejamos: Lá por estar a chover não implica que tenham de se molhar. Se forem super inteligentes, tipo eu, andam de guarda chuva e de capas, boa? Querem outra boa notícia? Há bolas de berlim o ano todo! Yeyyyyy, não é maravilhoso? Pessoas, a sério... Eu percebo que gostem de andar mais destapados, e de ir à praia e à piscina, mas não me digam que comer no verão é que é bom! Não me digam que suar como galinhas no forno é que é bom. A única coisa boa que há no verão é o facto de estar quase toda a gente de férias e podermos passar mais tempo junto àqueles que amamos. E o cheiro a protector solar. Mas e o cheiro a suor? E o buço molhado? E as ruas apinhadas de carros e pessoas? E os corpos maravilhosos mesmo em frente às nossas gorduras abastadas? Ah, por favor! Bom bom é frio, é casacos quentes e maravilhosamente lindos, é botas de pêlo, pijamas cardados, lençóis de flanela, chocolates quentes, as gotas nas janelas, o som delas ao deitar na cama, os serões com os amigos a ver filmes, os livros, os chás, as lareiras, os shoppings apinhados (pronto, é só esta que é má), as comidas reconfortantes, os empadões, as lasanhas, as feijoadas e os cozidos a voltarem à carga. Aiiii que em Portugal podia ser só Inverno.


Inverno, podes vir. Mas anda rápido que eu morro de saudades!



P.S - querem outra coisa boa do tempo frio? Os voos descem exorbitantemente de preço... podemos viajar mais e de forma mais barata. Obaaaa!

P.S 2 - Faltam 3 meses para o Nataaaal :)





quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Hoje era daqueles dias

em que ia bem para casa. Em que fazia uma odisseia daquelas com a S. Livros, passeio, café e gargalhadas. Às vezes - todos os dias -, dou por mim a questionar a razão pela qual passo tanto tempo a trabalhar. Por que raio fui aceitar um trabalho só porque sim, porque precisava de dinheiro, sem pensar que esse mesmo trabalho podia proporcionar-me anos infelizes. Um ano e meio infeliz, já. Um ano e meio de dias inteiros desperdiçados a pensar no quanto os outros são felizes, no quanto os outros têm tempo livre e sonhos realizáveis. Um ano e meio a aperceber-me de que não estou aqui a fazer nada, senão a ver a minha vida a esfumar-se com o meu consentimento. E depois o peso na consciência. Afinal... eu tenho trabalho, certo? Eu até ganho razoavelmente. Eu até tenho casa arrendada com o meu amor. Sabem... é tudo tão relativo que me assusta. Hoje eu daria tudo para não ter trabalho, para poder estar livre para procurar algo de que goste mesmo de fazer. Passar tempo com as minhas amigas, a minha afilhada, conhecer melhor a minha cidade. Ao invés, conto os dias para o fim de semana, já que a semana o único tempo que resta é para fazer o jantar, lavar a loiça e namorar um bocadinho. Oh pá!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Refugiados

Este assunto ainda me revolve as entranhas. No início enchi-me de pena e solidariedade e achava mesmo que tínhamos que ajudar. Agora tenho ambiguidade de sentimentos. Vejo os vídeos na Hungria e na Grécia e só me apetece recambiá-los. Cambada de pessoas violentas e radicais! Conto a quantidade de homens jovens que constitui quase 90 % dos refugiados e penso "então e deixaram as mulheres e crianças para trás? Mas não eram homens os que deviam combater o inimigo no país deles? Então fazem frente às polícias europeias e não fazem frente ao EI?". Estas perguntas assombram-me enquanto choro o fato de haver pessoas que, inocentemente, vivem em estado de guerra. Que não têm comida. Que não têm lençóis quentes. Que não têm acesso a cuidados de saúde. Que não têm a certeza que acordam no dia a seguir. Que não têm vida. Que não têm.



Raisparta, pá! Como é que isto acaba?